quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O Projeto Político Pedagógico da Escola :um legado de intenções políticas e pedagógicas para o processo de inclusão

A escola enquanto instituição social com finalidades políticas e pedagógicas intrinsecamente ligadas ao processo de ensino e de aprendizagem,,precisa responder ao anseios e necessidades da sociedade procurando caminhos para atender as necessidades de cada aluno em processo de formação, para  assim poder contribuir plenamente e significativamente na formação pessoal e social de cada individuo.
Diante desse contexto é preciso destacar a necessidades da escola planejar ações políticas e pedagógicas que atendam as necessidades da prática educativo que ultrapassa os muros da escola, chegando aos aspectos mais complexos do mundo pós contemporâneo.Essas ações serão refletidas por meio do Projeto Político Pedagógico da Escola elaborado pela comunidade escolar a fim de construir juntos estratégias que promovam e ofereçam uma educação de qualidade, sempre tendo como foco a aprendizagem do aluno, onde todos tem os mesmo direitos de aprender em um mesmo espaço de construção e de reconstrução.
Sob a necessidade de se oferecer uma escola para todos, é relevante ressaltar sobre a importância do Projeto Político Pedagógico da Escola, refletir sobre a necessidade de tornar a escola, em um espaço de inclusão social, propondo condições essenciais e significativas para inserção ou inclusão dos indivíduos com algum tipo de Necessidades Especiais no contexto da escola, não apenas nos aspectos teóricos afirmando que a escola realiza um  fazer inclusivo,mas estabelecer intenções políticas e pedagógicas voltadas para o atendimento aos alunos com NE.Assim,  o PPP da escola precisa propor ações e estratégias de inclusão,,oferecendo as diversas possibilidades da realização de uma prática docente que atenda e que favoreça a inclusão de todos os indivíduos.Assim, nesse processo de  levar a escola a refletir por meio de seu Projeto Político Pedagógico sobre a necessidade de criar caminhos de inclusão,proporciona a escola a realizar espaços de formação no contexto escolar com todos os profissionais da escola, com o objetivo de discutir sobre as diversas estratégias que possibilitam a realização de um ato educativo inclusivo, levando EDUCAÇÃO COM QUALIDADE A “TODOS”.É importante também, discutir sobre o uso das diversas tecnologias presentes na sociedade que permitem a construção de uma sociedade inclusiva, as quais facilitam a vida dos indivíduos com NE e ao mesmo tempo, a própria ação pedagógica do professor,pois os instrumentos tecnológicos ligados a acessibilidade permitem uma maior comunicação entre o aluno e o próprio objeto de conhecimento. Sendo assim, se faz necessário está presente nas ações estabelecidas no PPP da escola atividades didático-pedagógico inclusivo, as quais, alem da construção de rampas, adequação de portas, banheiros e outros ligados a infra-estrutura física da escola, é preciso também definir possibilidades de ações assistivas que promovam a realização das atividades didáticas e pedagógicas na escola e na própria sala de aula.Precisa-se assim, que a comunidade escolar pense junto projetando no PPP intenções que prepare a escola para a realização de uma escola PARA TODOS, promovendo atividades e adequando a escola de tecnologias assistivas, a fim de promover e de tornar a escola em espaço um fazedor  e construtor de uma sociedade inclusiva.O Projeto Político Pedagógico da Escola, é o instrumento norteador para a elaboração de ações política e pedagógicas voltadas para a realização de uma educação inclusiva.



domingo, 8 de agosto de 2010

Tecnologias Assistivas

A TA deve ser entendida como um auxílio - recursos e serviços – “que promoverá a ampliação de uma habilidade funcional deficitária ou possibilitará a realização da função desejada e que se encontra impedida por circunstância de deficiência ou pelo envelhecimento.”Seu objetivo é proporcionar à pessoa com deficiência maior independência, qualidade de vida e inclusão social, através da ampliação de sua comunicação, mobilidade, controle de seu ambiente, habilidades de seu aprendizado, trabalho e integração com a família, amigos e sociedade. Pode variar de um par de óculos ou uma simples bengala a um complexo sistema computadorizado.O serviço de TA auxiliará, a partir da avaliação do usuário, na seleção ou confecção do recurso apropriado, na elaboração de estratégias para um bom desempenho funcional e na aplicação e ensino de utilização do recurso, em prática contextualizada, na tarefa pretendida.Os serviços de TA comumente envolvem profissionais de áreas como a: terapia ocupacional, fisioterapia, fonoaudiologia, educação, psicologia, enfermagem, medicina, engenharia, arquitetura, design e técnicos de muitas outras especialidades.Não há uma classificação única e definitiva para as TAs, podendo-se incluir auxílios para a vida diária e/ou prática - tais como talheres modificados, suportes para utensílios domésticos (alimentação), roupas de manuseio facilitado, recursos para transferência, barras de apoio -passando por órtese e prótese;mobiliário e adaptações;a adaptações de hardware e softwares; em áreas de necessidade pessoal como comunicação, mobilidade, transporte, educação, trabalho, lazer e outras.






A TA é entendida como o recurso do usuário, da pessoa com deficiência e atende sua necessidade pessoal de desempenhar funções do cotidiano de forma mais independente. Todo projeto para prescrição e utilização de um recurso TA implica no envolvimento direto de seu usuário, do conhecimento de seu contexto e deve, portanto, valorizar suas intenções funcionais, bem como suas competências atuais, que serão "ampliadas" pela utilização do recurso proposto. Também o contexto, meio onde a pessoa com deficiência está ou deseja estar inserida, pode necessitar adequações no sentido de promover acessibilidade e possibilidades de seu desempenho autônomo em tarefas por ele exigidas.
Cabe salientar que apenas alguns centros universitários em nosso país estão dando os primeiros passos neste tema da TA e que a formação de nossos profissionais brasileiros, que poderiam estar envolvidos com a temática da TA, ainda é muito pequena, não sendo este um assunto obrigatório nas graduações da saúde, reabilitação, educação e nem mesmo das engenharias.
Constata-se que ainda existe um desconhecimento das várias áreas de atuação profissional, que poderiam estar envolvidas em pesquisas e práticas de TA e sabemos que os cidadãos brasileiros com deficiência não conhecem seus direitos de acesso à TA, conforme consta em nossa legislação; e mesmo que os serviços públicos não estão organizados no sentido da promoção de vida independente e inclusão.
Quando acontecer, de fato, a inclusão dos nossos "pacientes" e "alunos com deficiência", sujeitos então de seu próprio desenvolvimento e atores no seu processo de reabilitação e educação, seremos obrigados a rever nossos conceitos e nossas ações.
A cartilha: "O Acesso de Alunos com Deficiência às Escolas e Classes Comuns da Rede Regular", editada com o apoio de Ministério da Educação, através da SEESP, caracteriza o atendimento educacional especializado como "aquilo que é necessariamente diferente do ensino escolar para melhor atender às especificidades dos alunos com deficiência. Isto inclui, principalmente, instrumentos necessários à eliminação de barreiras que as pessoas com deficiência têm para relacionar-se com o ambiente externo. Por exemplo: o ensino da língua brasileira de sinais (LIBRAS), do código braile, uso de recursos de informática e outras ferramentas tecnológicas, além de linguagens que precisam estar disponíveis nas escolas comuns para que elas possam atender com qualidade aos alunos com deficiência".
Percebemos, então, que o tema da TA transcende à atuação restrita da Saúde / Reabilitação, inserindo-se apropriadamente no campo da educação. Nela, esta temática deve ser área do conhecimento e da prática da educação especial, pois favorecedora da inclusão escolar, tem a cumprir um papel de extrema importância.
Todos os recursos de TA produzidos, importados e comercializados em nosso país ainda estão vinculado à temática, quase que exclusiva, da reabilitação e são divulgados em feiras que acontecem paralelamente a eventos desta área do conhecimento. Muitos dos que atualmente trabalham, tanto na reabilitação, como no desenvolvimento destes recursos, desconhecem o conceito e a prática da TA. Para os próprios profissionais há a confusão ou não distinção do que seja tecnologia de reabilitação e tecnologia assistiva.
No Brasil encontramos comercializados recursos de alta qualidade no que diz respeito a órteses, próteses, cadeiras de rodas, acessórios de adequação postural, informática e demais recursos para cegos, comunicação aumentativa e alternativa e recursos de informática para deficientes físicos, recursos para surdos, entre outros. No entanto, este grupo de profissionais ainda não se organizou como parte de uma única rede. Podemos também afirmar que são poucos os cidadãos brasileiros com deficiência que usufruem a TA em alguma de suas modalidades.
É importante ressaltar que as decisões sobre os recursos de acessibilidade que serão utilizados com os alunos, têm que partir de um estudo pormenorizado e individual, com cada aluno. Deve começar com uma análise detalhada e escuta aprofundada de suas necessidades, para, a partir daí, ir optando pelos recursos que melhor respondem a essas necessidades. Em alguns casos, é necessária também a escuta de diferentes profissionais, como terapeutas ocupacionais ou fisioterapeutas, ou outros, antes da decisão sobre a melhor adaptação.

TECNOLOGIAS ASSISTIVA E ADAPTAÇÕES DE ACESSO AO COMPUTADOR

MÁSCARA DE TECLADO OU COLMÉIA DE ACRÍLICO → É uma placa de plástico ou de acrílico transparente onde são feitos furos do tamanho das teclas e que quando fixada a certa distância acima do teclado evita que a pessoa que apresenta movimentos involuntários aperte todas as teclas ao mesmo tempo. 
TECLADOS ALTERNATIVOS → Os teclados alternativos podem ser reduzidos ou ampliados. O teclado expandido possui letras maiores, em alto contraste e com menor número de informações na prancha.
O teclado reduzido é utilizado quando a pessoa tem boa coordenação, mas pequena amplitude de movimento. 
TECLADO SENSÍVEL → O teclado sensível é uma prancha que pode ser programada em zonas de tamanhos variáveis. Funciona associado a um programa que realiza a programação do número de informações, local de pressão e que pode estar ou não associado a um sintetizador de voz. 
MOUSE ADAPTADO → o usuário não precisa movimentar o mouse, basta tocar botões fixos. Existem vários modelos: mouse com 5 botões, cada um deles faz o cursor andar para uma direção e o último é o do click ou double click; mouse cujo movimento do cursor acontece através de rolos; mouse em formato de caneta, entre outros. 
TELA SENSÍVEL AO TOQUE → É um tipo de tela sensível à pressão, onde o usuário com o dedo na tela comanda o cursor do mouse.

Inclusão é conhecimento

Não basta educar alunos e professores com o auxílio do computador: é preciso formar cidadãos que utilizem a tecnologia com autonomia intelectual. A boa notícia é que iniciativas dos governos brasileiros já começam a frutificar.
Durante o ano passado, a Escola Estadual de Ensino Fundamental Luciana de Abreu, de Porto Alegre, participou de um projeto que vem recebendo bastante atenção no Brasil: utilizar o computador como ferramenta pedagógica para o ensino nas salas de aula. Com um computador portátil disponível para cada um dos 350 alunos e 50 professores, a experiência mostrou que os estudantes obtêm melhores resultados e aponta para um caminho eficaz no processo de inclusão digital brasileira. Os equipamentos foram fornecidos pelo projeto Um Computador por Aluno (UCA), do governo federal, cujo piloto foi implantando na capital gaúcha e também nas cidades de São Paulo, Brasília, Palmas e Piraí. "Em poucos meses, notamos que os estudantes lêem mais, sentem-se valorizados, faltam pouco às aulas e adquirem prazer pelo aprendizado", conta Lenize Simon Gehrke, professora de Ciências da escola. E não apenas isso. Lea Fagundes, pesquisadora do Laboratório de Estudos Cognitivos da UFRGS, que auxilia os professores envolvidos no UCA, salienta que, quando a pedagogia é bem aplicada, a internet pode revolucionar a educação: "Os alunos passam a analisar criticamente as informações e têm sua atenção e concentração aumentadas. A internet melhora sobretudo a auto-estima e o desejo de continuar aprendendo sem medo do fracasso", diz. Com o sucesso do trabalho, o governo lançou, em dezembro do ano passado, edital de licitação para adquirir 150 mil laptops que serão distribuídos a 300 escolas públicas de todos os Estados. Nos projetos-piloto haviam sido utilizadas 1,39 mil máquinas doadas pelas empresas fabricantes.
Cecília Leite, coordenadora-geral do programa de inclusão social do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia, acredita que o primeiro passo para alavancar o acesso à rede no país deve ser dado no ensino básico da escola pública. "Apenas fornecer equipamentos não basta. O sistema educacional do Brasil não está preparando professores para esta nova linguagem de ensino, que exige outro tipo de capacidade para transmitir o conhecimentoo. É urgente investir na educação digital, começando com quem pode difundi-la", afirma.
No Rio Grande do Sul, os Núcleos de Tecnologia Educacional da Secretaria da Educação oferecem algumas oficinas aos professores, mas especialmente noções básicas sobre sistemas operacionais e navegação na internet. "O professor precisa de mais conhecimento sobre comunicação e domínio da lógica de programação, fundamentais para que haja inclusão digital. Isso é importante para que eles se transformem não somente em usuários, mas em aprendizes apaixonados e desenvolvedores de soluções", defende Lea Fagundes.
Segundo a pesquisa TIC Domicílios e Usuários 2007, divulgada recentemente pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil, a falta de educação digital é o principal motivo para o ínfimo uso da rede mundial. Os números revelam que 55% das pessoas não utilizam a internet por pura falta de habilidade. "Para que o cidadão participe da era digital é necessário proporcionar a ele autonomia intelectual", analisa Cecília. Isso se traduz em saber como buscar informação na rede e o que fazer com essas informações.
A análise também é uma crítica às limitações dos telecentros existentes. De acordo com o Mapa da Inclusão Digital no Brasil, desenvolvido pelo IBICT, existem no país 17,5 mil locais com computadores para acesso público e gratuito à internet. São Paulo concentra 22% dos telecentros. O Rio Grande do Sul aparece em oitavo lugar, com 774 telecentros, ou 4,4% do total. A segunda parte da pesquisa será coletar informações qualitativas sobre esses locais, o que será feito ao longo do ano.
A criação de mais telecentros, entretanto, pode não ser suficiente para satisfazer a demanda de acesso e a necessidade de conhecimento digital. Em 2006, eles atendiam apenas 3% dos internautas e, um ano depois, 6%. Entre os empreendimentos que vêm ganhando importância estão, curiosamente, as lan houses - lojas que oferecem acesso pago à rede, freqüentadas principalmente por adolescentes que buscam alternativas para participar de jogos em rede ou bate-papo virtual. Em 2006, 30% das pessoas que acessavam a internet se conectavam nesses locais, número que subiu para 49% no ano seguinte. "Quanto antes o jovem encarar o computador como uma ferramenta básica, não apenas com fonte de diversão usada esporadicamente na escola ou em lan houses, mais cedo ele estará inserido na realidade digital", explica Cecília, do IBICT.
Enquanto todas as escolas públicas não acertam o passo com o projeto UCA, algumas iniciativas dão conta de integrar centenas de pessoas à nova realidade. Em Porto Alegre, a experiência mais representativa é do Centro de Capacitação Digital (CCD) da Procempa, que treinou 397 pessoas nos dois primeiros meses de 2008. Outro importante programa na capital ocorre no Centro de Recondicionamento de Computadores (CRC). Integrante do projeto Computadores para Inclusão, do governo federal, a idéia está baseada em uma experiência canadense que recicla os equipamentos para uso nas escolas. Além dos 2 mil computadores já recondicionados, o CRC mantém bolsas de estudo para 88 jovens em situação de vulnerabilidade social, que trabalham na recuperação dos equipamentos no turno inverso ao da escola. "Com o conhecimento que adquirem em montagem, configuração, programação e redes, eles se tornam rapidamente profissionais da informática", afirma Fabio Carlson, coordenador do projeto. Também há CRCs em Guarulhos (SP) e em Gama (DF).

Referência:
CENÁRIOS DO AMANHÃ. Inclusão é conhecimento. Disponível em http://www.amanha.com.br/NoticiaDetalhe.